segunda-feira, 21 de junho de 2010

Outro dia amanhece...


São teus olhos que não saem de mim

A certeza que você se foi me fortalece

Nunca me senti tão forte

O abandono de quem amo me fortaleceu


Não preciso de sua pena

Nem do seu perdão

Vai e voa livre

Usa a liberdade que me cobrou


Busque na minha casa suas coisas

Estão todas na caixa

Suas mentiras, orgulhos e falsidades

Não esqueça nada


Hoje quero um novo amor

Alguém que me dê felicidade

Que me devolva o sorriso

Talvez um novo amor bata a porta hoje

sábado, 19 de junho de 2010

Um dia que virá...


Como acreditar numa vida que mata

Como acreditar num amor que acaba

Como acreditar no amigo que desdenha

Como acreditar numa verdade que mente


Talvez mentir seja uma boa saída

Me calar, sofrer calado

Uma coisa tenho certeza

Tudo nessa vida passa


Foi bom, mas você passou

Foi bom, mas você passará

Um dia vou te esquecer

Te verei passar sem sofrer


Resoluto me despeço

Como alguém que fez o melhor que pode

Me rendo ao infortúnio

E aguardo a esperança de ser feliz

sábado, 12 de junho de 2010

Sacrificio de uma nova luta


O que sobrou do céu
O meu mundo foi caindo e se despedaçando
Vejo a mim mesmo, ao longe
Juntando os cacos como um quebra-cabeça

Nada restou do mundo que acreditava
O que restou foi um eu despedaçado
Em frangalhos
Despido e solitário

Apesar de achar tudo despedaçado
Encontrei algo intacto
O passageiro sombrio
Ele permanece lá, inteiro

Mas não quero mais que ele vá
É minha única companhia
O único me entende
Vê como sou e não me abandona

Me resta continuar a viver
Deixar de lutar contra o passageiro
Me integrar a ele
E lutar contra outros dragões

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A vida é como uma peça de teatro


“A vida é mais fácil do que imaginamos e mais difícil do que gostaríamos”

A vida é como uma peça de teatro. A partir da inspiração do Criador nascem os personagens. É Ele quem concebe a vida e permite que a fantasia transforme-se em realidade. Mas são os atores, através de sua singularidade, que são responsáveis por seus respectivos papéis.

Cada um interpreta de uma forma única e cria seu personagem de acordo com suas próprias características. Considerando que cada papel viva um momento diferente na vida, uma situação nova, de modo que ninguém, nunca, substituirá a outro.

Muitas vezes o autor interfere numa cena ou outra e pode até mudar o rumo da história – até vilões viram mocinhos – porém, é a autenticidade de cada um e a liberdade do improviso que valoriza a obra. Afinal, o Autor torna possível, mas é o ator quem faz acontecer.

Assim é a vida, cabe a nós escolher entre fazer parte do espetáculo e dar o melhor de si, ou ser mais um na platéia que cruza s braços diante dos acontecimentos, aperfeiçoando seu olhar crítico, apenas julgando a qualidade da peça e eficiência dos atores. Geralmente, os que optam por fazer parte da platéia, tornam-se figurantes da vida, pois não se permitem viver intensamente. Preferem apenas assistir a performance do outro, na tentativa vã de não se ferir ou não correr o risco de serem vaiados. Mas aqueles que decidem viver e não apenas existir, esses sim, dão ênfase a própria história e no fim do espetáculo, mesmo que hajam criticas negativas por parte de alguns e indiferença por outros, existirá SEMPRE alguém para aplaudi-los, mesmo que seja o próprio Autor.


Por Jéssica Rodrigues Vieira


É realmente um texto que impacta e nos faz refletir a liberdade que temos em Deus, a parceria que o Pai decidiu fazer com cada um de nós para construírmos esse mundo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Aliado negro


O nada me sufoca

A presença me mantém solitário

A alegria me angustia

A vida me mata


Procuro correr das minhas sombras

Não sei até onde poderia suportar

Fugir de mim mesmo, te enganar

Mentir para mim mesmo, te magoar


Preciso fazer algo que me faça voltar

Que me leva à lucidez

Que me devolva aos eixos

Que me devolva a vida


Talvez seja meu desespero

Ou até mesmo meu fascínio

Mas certamente tenho medo de dizer

E fujo de toda a possibilidade do ser


Se um dia pudessem me perdoar

Se um dia pudessem me olhar

Talvez pudessem até me entender

Quem sabe se não poderiam até me amar


Acho que não mereço tanto

Me contentarei com o luar

Em ser banhado pela chuva

As gotas escondem as lágrimas


Minha sombra se torna a única companheira

Aquela que corri a vida inteira

Esse é o verdadeiro paradoxo da vida

Meu maior inimigo se torna meu maior aliado


Quem mais poderia me entender

Quem mais me amaria

Só minha própria sombra

Lados obscuros de um verdadeiro eu