Por dentro era só um menino que não sabia muito da vida, mas
estava ali pra vivê-la. A vida o tomou pelos desejos e ele se deixou levar e
quando se deixa levar se está sujeito as contradições do existir. Ele era esse
misto de liberdade e controle, de pulsão e repressão. O menino, que por vezes é
homem por vezes é criança, errou com pessoas que não deveria, justamente por
seus momentos de liberdade e saudade. Foi a primeira vez que magoou a quem
gosta e não sabe como agir, a gente nunca sabe o que fazer diante das pessoas a
quem entristecemos.
Nosso protagonista, como todo herói tem um poder e uma
fraqueza, seu poder era ser como criança, ser capaz de perdoar, esquecer, ser
sincero e recomeçar. Mas sua fraqueza era ser adulto, não se perdoam adultos,
os pune. Nosso pequeno grande homenzinho recebeu como conseqüência a ausência.
E, como diz Mário Quintana, “o que mata o jardim é o olhar vazio de quem por
ele passa indiferente”.