quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Final




Não sei que tristeza é essa que me passa, que me invade e me toma. Os olhos lacrimejam e a garganta dá nó. Chega de mentir, eu não tenho nada a esconder. Ofereci minha sinceridade, meu coração, meu corpo. Me doei por inteiro. Como recompensa recebo mentiras, esquecimento e abandono. Talvez seja meu problema em achar que alguém ainda se importa com algo para além de si mesmo. Quem sabe eu não seja o único a insistir na entrega, único a acreditar que amor ainda possa existir. Se sou o único, morrerei só com minhas angustias, amores, abandonos, medos e desejos. Não vou fingir, permanecerei acreditando num final feliz.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Devir...


Quero que me abrace
Como se fosse seu ultimo abraço
E o primeiro tato

Quero que me Beije
Com o coração saltando
Como salta no primeiro beijo

Quero que me ame
Como se não houvesse amanhã
E tivessemos que inventar nosso mundo

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vai raiar o sol...



Não quis te dizer tudo que sentia. Mentira, queria sim, mas não faria sentido. O que sinto é meu interesse por você, isso é verdade. Mas o que você sente não é interesse por mim. Sendo assim, não faria sentido dizer tudo que está no meu coração. Todos os versos e sonhos, todas as lágrimas e os pesadelos. Mas não me preocupo porque apesar de estar tudo escuro agora o sol vai raiar amanhã novamente e, com ele, renascem minhas esperanças.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Palavras...




As vezes soltas
Como jogadas ao ar
As vezes presas
Saindo, resistindo a liberdade

Muitas vezes molhadas
Banhadas em lágrimas
Ora de alegria
Ora de dor

São como poção
Dependendo da quantidade
São ótimos remédios
Ou perigosos venenos

Grande se faz aquele que sabe usá-las
Mestre são os que as dão valor
Grande e misterioso mundo
São as palavras

Por mim valeu...




E você surge da confusão
Da confusão de uma noite
De vários copos
De vários corpos

Depois dos copos
Dos corpos
Dos corres
Te encontro

E como quem não quer nada
Me chama
Me ganha
No sorriso

Nada é relapso
A vida é atenta
Te traz
Nos faz

Nesse fazer
Encontros
De lábios
De corpos

sábado, 29 de setembro de 2012

Hecceidade



Como se manter firme diante das lagrimas de outra face. Como esclarecer um sentimento diante de uma escuta surda. Surda não por não querer ouvir, mas surda pela dor que sente. Dor essa que vem pela expectativa que eu fosse quem não sou. Mas quem eu sou? O que eu sou? Sou eu. Isso basta? Parece que não. Ainda faltam adjetivos que clarifiquem quem sou. Mas de que adianta os adjetivo quando nenhum deles expressa quem sou. Sou o que sou, sou quem sou, e no fim das contas: estou sendo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Escoa


Hoje as lágrimas vieram, elas simplesmente rolaram sobre o rosto. Agem como se já conhecessem os caminhos. Elas são fortes demais, não posso pará-las ou dominá-las. Elas escoam, percorrem e lavam, banham a alma. Possa até jogá-las pra longe, mas seria muito rude com minhas companheiras. Sem dizer que afastar bruscamente não resolve, são teimosas, elas retornam. Como é misterioso o mundo das lágrimas...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lugar no mundo


Pra onde fui não cabia
Não cabia a você
Nem coube a mim
Mas mesmo assim fui

E no pequeno espaço me apertei
Pois onde estava antes não me cabia
E transito entre os mundos
Procurando um que me caiba

O mundo é tão vasto
O coração é tão grande
 A mente tão aberta
Meu eu tão pequeno

O que é grande demais não me cabe
É tão vasto que me perco
Nesse jogo de perder e achar
Esqueço de me encontrar

De me encontrar
De te encontrar
De encontrar um lugar que me caiba
De me encontrar em você