sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A força que me assalta.

Acredito que o amanhã continuará com semelhantes tempestades.
No vai e vem da vida tudo continuará se esvaindo em vaidades.
A lágrima continuará a vazar pelas valetas do desdém.
O uivo dolorido da criança que se desmancha em diarréias,continuará abafado pela imensidão da noite.
A muralha que isola o esfarrapado continuará sólida.
A estrela do general continuará polida.
O fadista continuará ébrio de melancolia.

Mas insisto em não desistir.
Não sei explicar a força que me assalta.
Sem noção, retomo à minha sina,minha vocação, mesmo com tanto sofrer.
A sandice de simplesmente resistir é meu vício.
Ressinto o preço de aceitar ser parceiro do padecer humano,mas não resisto ao aceno celeste.

Desisto do sucesso, da sagração humana.
Morro para a ambição de empunhar cetros.
Abandono a conquista dos sonhos.
Simplesmente sigo em assimilara mais singela de todas as façanhas: perseverar na Esperança.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim.

Um comentário:

  1. Nossa! Me senti tão encolhido com os primeiros versos...me veio a imagem de que todo o fluxo da vida é incessante e que diretamente nada posso fazer...só o que me cabe é o desejo de viver...e se for preciso continuar nadando em uma corrente q sabe-se lá pra onde leva.

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