domingo, 23 de julho de 2017

Na superície

Escrevo pra que? Escrevo pra quem? Talvez as palavras sejam o eco de algo que ainda ressoa na pele. Talvez essas palavras sejam o vomito que expulsa de mim tudo que adoece. As palavras saem como uma canção em desatino, sem métrica, desarrazoadas, fodidas, apenas saem. Quando se vão o que fica? O vazio. Talvez a loucura do vazio não seja um nada, mas uma completude de outras palavras que ainda esperam ser ditas.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O menino e seu mar


Era tudo raso, pessoas, contatos, amores. Mentiria dizendo que nunca mergulhou no profundo dos sentimentos, mas agora era só no raso. Talvez pelo medo de se afogar de novo talvez pela esperança que alguém o tomasse pela mão, nadasse com ele, mergulhasse, se aventurasse. Talvez o mar já o complete, visto que um dia já foram um.

Sacudiu a cabeça como quem quer despertar, colocou a coragem acima dos seus medos e mergulhou, num oceano de si que é o mundo. Nada mais importava, nem ao menos sabia se voltaria a superfície. Seus vários eus voltaram a compor com o mar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cromofagia


Fui saboreando as cores. Comecei do vermelho que tinha um calor que me tomou o estomago. Do vermelho veio o azul, um azul-celeste que arrepiou a espinha. O amarelo, ah… O que seria do brega sem o amarelo, movimentou minha pernas, forrozeando-as. O verde me apresentou cheiros inimagináveis. Depois veio o roxo, o laranja, o rosa… Cada cor que tocava meu corpo preenchia vazios, trazia esperança. Nunca mais quis ser monocromático. A vida me colore. Há sempre esperança de cor...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Tum...



Foi num toque de um acorde
Que o som ecoou produziu norte
Me mesmo que nunca se note
A nota retumba em um coração forte 
Batendo em busca de um ritmo de boa sorte

sábado, 25 de outubro de 2014

Leve esquecimento...


A cada lembrança meu coração pulsa revelando emoções que tento reprimir. Essas emoções são mais fortes que eu, rompem a pele e me desnudam. Espero o momento que me invente de novo, que a simples memória do seu tempo possa ser nuvem passageira... 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Incessante...




Gritos seguros pelo nó na garganta
Gritos querendo escapar por todos os lados
Gritos que arrepiam a pele
Gritos que anseiam liberdade

Lágrimas seguras pela ira
Lágrimas presas na timidez
Lágrimas que teimam em correr soltas
Lágrimas de sonhos frustrados

Suspiros que seguram o choro
Suspiros que lamentam a solidão
Suspiros sentidos no palpitar do coração
Suspiros que calam a voz

Esperança do grito ecoar
Esperança da lágrima cessar
Esperança do suspiro de paz
Esperança de poder ser eu, feliz

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Frente...

 Foi o sopro frio do vento
 Levou todas as lembranças
Os bons momentos

O que me resta?
O que nos resta?
Até onde posso ir pra nos resgatar?

Talvez o encontro quente de nossos corpos
O calor do encontro de lábios
O acalentar do sorriso

A fria brisa traz um talvez
Um talvez amanhã
Ou talvez nunca mais

terça-feira, 7 de maio de 2013

Aquarela


Vive
A cada respirar
Tinge 
Um novo sonhar

sexta-feira, 22 de março de 2013

Medinho...



Frio na barriga é o sentimento que tenho quando penso em você. Toda vez que sei que verei seus olhos, seu sorriso, meu coração bate mais forte. Coração esperto, sabe aquilo que o alegra. Quando conheço alguém como você o que mais me importa é perceber o quanto tenho vontade de ver, de falar e falar sem parar... Sei lá, escrevi isso porque fiquei com vergonha de dizer diretamente...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Meus desejos vis...



Meu ser
Mistura
Molejo
Mandinga

Dividido
Doido
Desesperado
Desejando

Vil
Vilão
Voraz
Vocês

Caminhando...



Não sei o que faço com meu coração
Que é desejante e vil
 me corrói e me trai

Mando mas não me obedece
 permaneço nesse jogo de amores

Quero e desejo
 mas luto contra
nessa luta saio derrotado
 e só

 Querendo o que não posso
podendo o que não quero
 Fico com minha esperança:
trilhar o caminho da felicidade...